SIMONE TEBET E A 3ª VIA
Nesta altura do campeonato, os
analistas políticos profissionais estão irremediavelmente comprometidos com as
candidaturas postas para a presidência da república, o que equivale a dizer com
um dos polos da campanha, não se encontrando mais isenção. Até mesmo os maiorais
do poder, os que deveriam, pela função, mostrar imparcialidade formal, manifestam
sem pejo suas preferências ou repúdios. Compromissos estabelecidos, juras de
amor eterno, ódios figadais. Não escapam, nem as profissionais imparcialidades
jurídicas, nem essas!
Para se ter acesso à opinião
isenta, só mesmo lendo os “imbecis”, como este que escreve estas crônicas
semanais, aproveitando o avanço que dá voz aos cidadãos, uma desgraça, para
alguns... certamente prelúdio da democracia direta que um dia há de vir,
fazendo cumprir com mais rigor o preceito constitucional de que “todo o poder
emana do povo”. Temem os “doutos” a perda do palanque exclusivo na Ágora eletrônica
que se forma.
O crivo foi sendo passado com
malhas variadas, passaram e se perderam na poeira os que se entendiam viáveis
com suas densidades, corpos e atitudes, discretamente ficou a jovem senhora, 52
anos, que poderá mudar o tom chulo das eleições de outubro e, se quiserem os
deuses, redirecionar o destino do País que há décadas não tem paz e não
encontra consensos para equacionar necessidades e possibilidades, por questões,
ora de interesses mesquinhos, ora por visões ideológicas, que aprofundadas são
apenas lutas estéreis pelo poder.
A candidatura da senadora Simone
Tebet estabelece, desde a primeira avaliação, diferença marcante com os seus
concorrentes – por incrível que pareça – ambos tão semelhantes, pelo modo elegante
e honesto de fazer política, pela preparação intelectual, pelo baixíssimo
índice de rejeição, por saber se dirigir ao povo sem apelações a baixarias,
mantendo sempre a dignidade do cargo que ocupa.
Serenidade, educação, bom gosto,
sobriedade, inteligência impõem-se rapidamente e estabelecem um diferencial
facilmente perceptível como respeito à população, às mulheres, aos pais, às
crianças. O tom da competição vai mudar, os marqueteiros vão trocar os “jingles”
e o modo de atacar os adversários.
Enganam-se os analistas
profissionais que veem como uma missão impossível a Senadora conseguir furar a
polarização provocada pelos candidatos, mas os altos índices de rejeição de
ambos pode ser a porta por onde passará a libertação dos grilhões da
mediocridade que têm levado o país à banca rota.
A preocupação com a força da
mensagem de Simone às mulheres fez com que Bolsonaro e Lula colocassem suas esposas nas
campanhas. Isso é bom. Mulheres, em geral, moderam debates, mas nem sempre, já
tivemos experiência ruim nesse particular.
Na hipótese de Simone não
conseguir convencer os brasileiros que bons princípios conduzem a fins
desejáveis, ainda assim ela terá resgatado a história do MDB, longa e belíssima,
como o grupamento político de resistência democrática ao sistema ditatorial que
se implantou a partir de 1964, só permitido funcionar para validar a aparência
de democracia representativa para o mundo, numa pantomina na qual ninguém
acreditava. Em seu espaço exíguo, reuniram-se as oposições de tendências
diversas e eram frequentes as baixas por cassações e perseguições.
O MDB de Ulisses Guimarães, de
Barbosa Lima Sobrinho, de Franco Montoro, de Alencar Furtado, de Dante de
Oliveira, de Teotônio Villela, e de Ramez Tebet, pai de Simone, e de outros patriotas
com a redemocratização foi tomado de assalto por figuras fisiológicas e
desfibrou-se, tornando-se grande e amorfo.
A senadora tem agora a
possibilidade de resgatar os princípios e as práticas desse partido com a sua
história, ganhe ou não as eleições.
A parte sadia dos políticos e a
parcela consciente do eleitorado brasileiro devem com isenção olhar o movimento
que se vai formar em torno de Simone Tebet, como uma alternativa de paz e de
cura para tantas feridas abertas.
O Brasil precisa respirar novos
ares e terá uma oportunidade.
Crônicas da Madrugada. Danilo Sili
Borges. Brasília – Mai. 2022
O autor é membro da
Academia Rotária de Letras do Distrito Federal. ABROL BRASÍLIA
Essa criatura não vai levar nem o meu voto, nem o voto da grande maioria dos eleitores! Nunca fez nada que prestasse pelo povo, é uma aproveitadora e não merece a mínima confiança!
ResponderExcluirAmém!
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