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O FGTS E A MÃO-DE-GATO

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  Danilo Sili Borges A credibilidade dos cidadãos no governo do país é conquista de longo prazo, que perpassa mandatos de presidentes de diversas tendências ideológicas e que chegaram ao poder no bojo de movimentos democráticos ou não. O ponto fundamental para que se estabeleça a confiança entre liderados e líderes depende essencialmente da capacidade de cada mandatário, ao seu tempo, assumir os compromissos de governos passados como se seus fossem. A disputa política não pode levar a que cada novo governo desconheça, desconstrua ou deforme conquistas de antecessores, notadamente as de carácter social. Essa é razão pela qual milhares de obras públicas se encontram paralisadas e que programas sociais, por vezes de grande mérito, sejam descontinuados ou de tal modo adulterados, que suas melhores qualidades se perdem. Exemplo simbólico são os descaminhos pelos quais foi levado o FGTS nestes 56 anos de sua existência. Assistimos, nestes dias, a dura tentativa de realinhar o Fundo com

VIVER SEM MEDO

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  Danilo Sili Borges Ensina a sabedoria popular que “quem tem ..., tem medo”. Se por um lado, a expressão é vulgar, chula, por outro, encerra dessas verdades universais incontestáveis. O medo há de ter nascido com o instinto da autopreservação, com a defesa do próprio corpo para a manutenção da vida e nada é mais legítimo que esse compromisso com os fatores que lhe propiciaram estar experimentando as possibilidades deste planeta, o que equivale a dizer do próprio Universo. Ao longo do viver, agregamos valores de origens diversas que se incorporam à nossa própria individualidade. Alguns advindos da Natureza, outros da cultura da sociedade em que estamos inseridos, com certeza alguns exclusivos, criados pelo nosso intelecto a partir das suas interrelações com o meio em que transitamos. Valores, como o ouro de bens materiais, o orgulho pelas realizações que nos distinguem da média, os dotes inatos, a inteligência, a beleza, a força e os talentos específicos reforçam personalidades

POR QUÊ?

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                                                                                                                                                                  Danilo Sili Borges Aprendi que frente a uma situação de dificuldade, antes de tentar partir para solucioná-la, na ânsia de tirar da cabeça e da responsabilidade a preocupação, o que cabe é formular as perguntas certas a respeito do fato, muitas vezes inesperado. Uso esse artifício no dia a dia e na profissão. “A prática do cachimbo faz a boca torta”, como se dizia na época em que o perfumado tabaco ia no contorcido apetrecho. Tive uma coleção dos apreciados Dunhill, alguns adquiridos, a maior parte recebida de amigos que me traziam de presente. Como não éramos chefes-de-estado, não tivemos que explicar nada a ninguém. A boca torta, eu a tenho de nascença, quer para questionar, quer para dar trabalho extra ao meu dentista e amigo, Afonso Silveira, para ajustar os implantes dentários, com a articulação das mandíbulas, tipo

FALANDO DE ECONOMIA

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  Danilo Sili Borges Plinio Reis de Cantanhede e Almeida foi engenheiro, mas como muitos de nós dedicou-se às ciências econômicas e à administração e participou de realizações interessantes para o desenvolvimento do país, além de ter, como docente de economia, mostrado o entrelaçamento das teorias econômicas e a profissão do fazer, do transformar programas, projetos e algumas vezes até de sonhos em realidades concretas pela força da vontade e da lógica aplicada ao possível e ao exequível. Plínio nasceu em 1910, em sua vida ocupou diversos cargos no Estado e lutou por importantes causas da nossa soberania. Foi Presidente do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários, antes que os institutos de seguridade social fossem reunidos no INSS. Em 1950   assumiu a presidência do  Conselho Nacional do Petróleo  e integrou as comissões de construção das refinarias de  Mataripe , na Bahia, e a de  Cubatão , no estado de  São Paulo. Atuou fortemente na campanha “O Petróleo é Nosso”,

É TÓXICO E VAZOU

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  Danilo Sili Borges A alta toxidez do ambiente, que há anos envenena a sociedade nacional, nos obriga ao uso de máscaras mentais para podermos sobreviver aos eflúvios que emanam daquela Praça e nos dificulta a dar a devida atenção ao perigo concreto de fatos como o que poderia ter atingido a população da cidade de Angra do Reis e arredores, onde estão instaladas as usinas nucleares Angra1 e Angra2. Longe de mim estar levantando hipótese alarmista em relação às duas usinas termonucleares que há décadas vêm prestando contribuição à matriz energética brasileira com aproximadamente 3% de energia limpa e renovável. O que me traz a esta crônica é o fato divulgado pela mídia esta semana, sobre um vazamento de água radioativa em Angra1, em setembro do ano passado e mantido sob os panos escuros do sigilo até recentemente. A empresa estatal Eletronuclear, administradora da usina, contrariando os protocolos de segurança ambiental, não deu publicidade ao acidente, procurando mantê-lo intram

POLÍTICOS E CONCURSADOS

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  Danilo Sili Borges Há seguramente umas três décadas, a Semana Oficial da Engenharia e Agronomia, evento anual promovido pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, realizou-se no Ceará. O evento anual que conta com a participação de expressivo número de profissionais, teve ainda maior apelo quando soubemos que seríamos acolhidos em Fortaleza. A cerimônia de abertura foi prestigiada pelo governador do estado, político, na época, bem-conceituado pela administração que desenvolvia no estado, o que o credenciava a disputar a presidência da República. Político é sempre político, e o bem-falante líder cearense quis agradar o que lhe parecia ser um auditório uniforme de engenheiros, com a fama que trazem de homens do fazer, “botas sujas de barro”, pouco dados às sutilezas do espírito e das artes e começou dizendo da sua satisfação de estar ali, naquele ambiente de profissionais do desenvolvimento e aos quais o seu estado e a sua administração deviam tanto às suas competências e d

ENERGIA É TUDO

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  Danilo Sili Borges Como devo responder as primeiras inquietações filosóficas do bisneto, quando na pré-adolescência me perguntou: –   Vô, como o Sol e as estrelas apareceram no céu? E nós, Vô, a Terra, quem nos colocou aqui?   Para um avô religioso, o caminho mais óbvio foi o de encaminhar o garoto ao livro sagrado da religião que nossa família professa e afirmar ao jovem, que ali ele encontrará toda a verdade! Idoso moderno e letrado que sou, temi ao indicar aquele caminho, cuja narrativa tinha sido imaginada por pessoas, por mais inspiradas que fossem, há milênios, que careciam de terem tido a bagagem de informações necessária para entender e explicar o mundo que habitamos hoje.   Surpreendi-me ao saber que antes de me inquirir, o jovem já tivesse consultado as ferramentas digitais disponíveis e encontrado, vindo da ciência, a Teoria do Big Bang que afirma (ou faz acreditar) que tudo começou há 13 bilhões de anos, com a magnífica explosão de uma formidável quantidade de e