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É TÓXICO E VAZOU

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  Danilo Sili Borges A alta toxidez do ambiente, que há anos envenena a sociedade nacional, nos obriga ao uso de máscaras mentais para podermos sobreviver aos eflúvios que emanam daquela Praça e nos dificulta a dar a devida atenção ao perigo concreto de fatos como o que poderia ter atingido a população da cidade de Angra do Reis e arredores, onde estão instaladas as usinas nucleares Angra1 e Angra2. Longe de mim estar levantando hipótese alarmista em relação às duas usinas termonucleares que há décadas vêm prestando contribuição à matriz energética brasileira com aproximadamente 3% de energia limpa e renovável. O que me traz a esta crônica é o fato divulgado pela mídia esta semana, sobre um vazamento de água radioativa em Angra1, em setembro do ano passado e mantido sob os panos escuros do sigilo até recentemente. A empresa estatal Eletronuclear, administradora da usina, contrariando os protocolos de segurança ambiental, não deu publicidade ao acidente, procurando mantê-lo intram

POLÍTICOS E CONCURSADOS

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  Danilo Sili Borges Há seguramente umas três décadas, a Semana Oficial da Engenharia e Agronomia, evento anual promovido pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, realizou-se no Ceará. O evento anual que conta com a participação de expressivo número de profissionais, teve ainda maior apelo quando soubemos que seríamos acolhidos em Fortaleza. A cerimônia de abertura foi prestigiada pelo governador do estado, político, na época, bem-conceituado pela administração que desenvolvia no estado, o que o credenciava a disputar a presidência da República. Político é sempre político, e o bem-falante líder cearense quis agradar o que lhe parecia ser um auditório uniforme de engenheiros, com a fama que trazem de homens do fazer, “botas sujas de barro”, pouco dados às sutilezas do espírito e das artes e começou dizendo da sua satisfação de estar ali, naquele ambiente de profissionais do desenvolvimento e aos quais o seu estado e a sua administração deviam tanto às suas competências e d

ENERGIA É TUDO

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  Danilo Sili Borges Como devo responder as primeiras inquietações filosóficas do bisneto, quando na pré-adolescência me perguntou: –   Vô, como o Sol e as estrelas apareceram no céu? E nós, Vô, a Terra, quem nos colocou aqui?   Para um avô religioso, o caminho mais óbvio foi o de encaminhar o garoto ao livro sagrado da religião que nossa família professa e afirmar ao jovem, que ali ele encontrará toda a verdade! Idoso moderno e letrado que sou, temi ao indicar aquele caminho, cuja narrativa tinha sido imaginada por pessoas, por mais inspiradas que fossem, há milênios, que careciam de terem tido a bagagem de informações necessária para entender e explicar o mundo que habitamos hoje.   Surpreendi-me ao saber que antes de me inquirir, o jovem já tivesse consultado as ferramentas digitais disponíveis e encontrado, vindo da ciência, a Teoria do Big Bang que afirma (ou faz acreditar) que tudo começou há 13 bilhões de anos, com a magnífica explosão de uma formidável quantidade de e

O TREM QUE VAI E VOLTA

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  Danilo Sili Borges Pelo que me lembro, a primeira ideia de dotar o país de um trem-bala foi a do saudoso governador Roriz, que chegou a divulgar seu plano de ligar Brasília a Goiânia com um trem de alta velocidade, com algumas paradas entre as duas cidades. O moderno veículo garantiria ao político das duas unidades federativas não só a popularidade lá e cá, como, também, deve ter passado pela sua cabeça um lampejo de vaidade: TAV Brasília- Goiânia, para sempre, Ferrovia Joaquim Roriz. Não pretendo dizer que houve cópia da ideia, mas logo depois, o governo federal, então presidido por Lula, falou em unir por um veículo com as mesmas características os dois centros mais populosos do país, Rio e São Paulo. Desta vez a coisa foi mesmo a sério. Foi criada uma estatal, a EPL – Empresa de Planejamento e Logística SA –, para comandar o importante empreendimento. O trem (no sentido mineiro) não andou, mas a empresa ficou e no governo passado foi incorporada à VALEC, outra estatal também

ANTES PREVENIR QUE LAMENTAR

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  Danilo Sili Borges Repito nesta crônica o título que dei, como relator, ao trabalho com as conclusões da comissão formada pelo CREA-DF, em 2009, sobre os riscos que corriam pontes e viadutos do DF naquela época. Entregue ao governo de então, o documento não produziu resultados. Em fevereiro de 2018, lamentamos o colapso do viaduto da Galeria dos Estados. Logo ao assumir, em 2019, o governo criou sob a liderança do Secretário de Obras, o competente engenheiro Izídio Santos Junior, comissão formada por engenheiros do GDF, de entidades profissionais e do ensino de engenharia com a finalidade de cadastrar todas as pontes e viadutos do DF e, de cada uma, elaborar diagnóstico de risco e encaminhar as urgências para as providências necessárias. Pelo que sei, a atenção sobre as pontes e viadutos do DF é agora permanente. Pela inobservância aos cuidados que devem ser tomados em relação aos fenômenos naturais extremos, as notícias dão conta de milhares de vítimas na Turquia e na Síria so

2023 VAI COMEÇAR

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  Danilo Sili Borges Essa história de que, no Brasil, o ano só começa depois do carnaval é mesmo verdade! Não se trata de mais uma das muitas “narrativas” – palavra que passou ao uso dos atores do cenário político, para descrever situações inventadas, hipotéticas pelas quais eles pretendem fazer com que você, eu e muitos outros nelas acreditemos, divulgando-as pelos meios de comunicação, que vão dos formais às fake news. Neste domingo vivemos o ápice da festa popular. Alegria, corpos quase desnudos, máscaras para que uns pareçam o que não são, ou que sejam, sem parecerem, o que realmente são no restante do ano, com fantasias “de rei, ou de pirata ou jardineira”, como figuraram Vinícius e Tom. Nestes primeiros 50 dias tudo foi festa, batalhas de confete, prolegômenos. O grande baile continuou sendo o da Praça (não confundir com a Praça é Nossa). Alguns poucos mascarados vieram ao proscênio, dançam suas danças do passado, fazendo o que podem para não perder o ritmo, que já não aten

ESCRITO POR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

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  Danilo Sili Borges É bem conhecida de meus leitores e amigos minha insônia terminal, quando sou tomado por preocupação insistente e insolúvel. Quinta-feira à noite, a pregação do presidente contra a autonomia do Banco Central levou-me a começar a esboçar a crônica na sexta-feira, para poder tê-la concluída sábado cedo para os jornais que me dão a honra de publicá-la, quando fui interrompido por Ana Luiza, minha filha mais nova, que me apresentou ao ChatGPT, um aplicativo de Inteligência Artificial, que entre muitíssimas outras coisas produz textos a partir de algumas informações que lhe sejam inicialmente oferecidas.   Sei que há algum tempo a Inteligência Artificial, IA, está interferindo em nossas vidas, tanto quando nos enxerga como rebanho, como quando nos individualiza para nos oferecer bens, serviços e doutrinas que ela “advinha” que sejam do nosso interesse, ou provocando para que passem a ser. Mais simples, esses pacotes comercializáveis englobam diversos algoritmos cap