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Mostrando postagens de outubro, 2022

NÓS, O ELEITO E O OUTRO

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  Épocas de transição são sempre preocupantes, representam, em qualquer assunto, algo parecido com um salto no escuro. Quando se trata da troca do presidente da República num país de regime presidencialista como o nosso, onde os poderes do Executivo são grandes e o acúmulo dessas funções com as de chefe de Estado conferem ao presidente poderes quase imperiais, é razoável que os cidadãos se preocupem sobre as visões político-ideológicas de cada postulante ao cargo, como também de suas qualidades humanas e sociais. Na votação do segundo turno que terá lugar em poucas horas, ambos são personalidades bem conhecidas do eleitorado. Lula foi presidente por dois mandatos, Bolsonaro é o atual presidente. Virtudes e limitações desses homens públicos foram expostas à exaustão na campanha eleitoral, até ultrapassando os limites do bom senso e do bom gosto. Arrisco-me a dizer que não há nada em suas vidas que não tenha vindo a público. Fake news se desfizeram nos prontos desmentidos comprovados

O FATOR MORO

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  Eleito senador pelo Paraná, poderá a participação de Sergio Moro, como apoiador explícito de Bolsonaro nesta parte final da campanha do 2º Turno, turbinar a votação do presidente ao ponto de conduzi-lo à vitória? O ex-juiz sofreu por todos os lados, a começar por ações do “gabinete do ódio”, sediado no próprio sistema a que servia, quando saiu do governo, batendo forte no presidente que obviamente o fritava, por razões diversas, que aqui não cabe especular. Moro sofreu e tem padecido de intensas e ininterruptas violências por parte de todos os envolvidos de algum modo nas sabidas maracutaias, desde os apanhados nos crimes, dos delatores (hoje arrependidos) por estarem convictos que se tivessem feito jogo duro estariam em melhor situação, até de políticos, menos arrojados, que se viram inibidos, receosos de insistirem em participar das benesses dos caixas 2 das “empresas amigas”, usadas para custear campanhas, para enriquecimentos ilícitos e mesmo para o sustento de amantes exigentes.

UnB 77

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  Acabei de receber pelo WhatsApp mensagem com fotos e vídeos de um grupo de amigos engenheiros, gozando as delícias do litoral paraibano, e, confesso, abandonei o esboço do texto que iniciara para a crônica semanal, por ser levado inapelavelmente a antigas e irrecusáveis memórias. O título desta crônica pode, num primeiro momento, trazer à lembrança dos que viviam o cotidiano da Universidade de Brasília, em 1977, amargas lembranças. Greve duradoura, demissões, jubilamento, polícia circulando pelo campus, interpelando alunos, professores, funcionários. Clima pesado, que parecia que não teria fim! Um grupo de estudantes de engenharia civil, no entanto, estava aparentemente em reunião permanente no SG-12, um prédio da Faculdade de Tecnologia, para uso do Departamento de Engenharia Civil. Não era como se poderia pensar atividade política, os formandos daquele semestre, envolvidos com o exigente compromisso da entrega do Projeto Final, condição indispensável para se formarem, continuav

CADÊ A COERÊNCIA?

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  Sou de uma fidelidade canina àquilo que um dia tocou meu coração, que aprendi a amar, respeitar e que trouxe valor ou alegria a minha vida. Essa é uma fidelidade duradoura, talvez indestrutível, mesmo que posta à prova em condições adversas por longos períodos. Pelo Vasco, por exemplo: o velho clube de São Januário pode andar repetindo a série B, que a minha esperança não esmorece e sempre, a qualquer lampejo de recuperação, o coração bate forte a espera do retorno aos melhores e gloriosos dias.   Com o MDB também têm sido assim. Há décadas jogando nas séries B ou C da política nacional, depois de ter sido o couraçado da resistência democrática no infindável mar do período ditatorial, torpedeado, viu cair tantos dos seus soldados, continuou na luta que desembocou no movimento das “Diretas Já”, na eleição de Tancredo e na Constituição de 88. Apequenou-se, encalhou nos bancos de areia do mar raso da corrupção e tornou-se precursor do Centrão e pai de um Tucano, que hoje morre dep

O DEBATE

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  De quinta para sexta-feira, dormi tarde e mal. Dificuldade em conciliar o sono após assistir o debate - o último antes do primeiro turno das eleições que se darão no próximo domingo. Levantei-me cedo, preocupações difusas, mas inarredáveis. O velho lexotan de que faço uso eventualíssimo, devidamente autorizado pela minha médica, nessas ocasiões da minha conhecida insônia terminal, estranhamente, não surtiu efeito. Subi ao escritório, meu recanto de reflexões às 5h15. Logo o celular sinalizou a entrada de uma mensagem. Curioso fui verificar. Era do meu velho amigo Luiz Carlos Da Cunha, professor, arquiteto, artista plástico, escritor para quem, há poucos meses, tive a honra de prefaciar seu livro Memórias Brasilianas , com o relato crítico e sensível do período em que ele viveu em Brasília nas décadas de 60 a 80 do século passado. Certamente, insone, tal como eu mesmo, que de Porto Alegre, às 5h46, enviou-me (e certamente a outros amigos) a mensagem: “Debate Lula X Bolsonaro.