Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2022
Imagem
    PUTIN CHAMOU PRO PAU, QUEM VAI? Confiante de que Putin havia aceitado os conselhos do nosso capitão-presidente sobre as inconveniências de começar uma guerra com a Ucrânia, já estava com as ideias arrumadas para trazer aos leitores considerações sobre este segundo ano sem carnaval. Nos últimos tempos, tenho me limitado a assistir pela TV os festejos dos alegres dias do Rei Momo. Das Escolas de Samba, aprecio mesmo os sambas-enredo, o espetáculo em si, não me diz muita coisa. É um carnaval enlatado, produzido por técnicos de teatro, para turistas em camarotes e arquibancadas. Cronistas existem para falar dos acontecimentos mais relevantes do momento que se está vivendo. Do dia a dia. Do que é bom, do que dói, do que preocupa.  Ainda na adolescência, desde que comecei a ter entendimento crítico do que lia, passei a ser assíduo leitor de crônicas, no período áureo do estilo, quando pontificavam nos jornas cariocas os conhecidos cronistas mineiros e tantos outros talentos...

PETRÓPOLIS, ENGENHARIA, CHORO E SAUDADE

Imagem
  Verão de 1889. O Rio de Janeiro sem chuvas, a população amargava chafarizes sem água para abastecer suas casas. As endemias proliferavam com a higiene deficiente e o calor intenso. Ruy Barbosa no Diário de Notícias não poupava o governo, tanto o presidente do Conselho de Ministros, Visconde de Ouro Preto, quanto o Imperador que, em Petrópolis, vivia seus últimos dias na pátria que soube honrar até sua morte, mesmo tendo sido exilado, em novembro daquele ano. No auge do desespero da população, um engenheiro, então com 29 anos, professor da Escola Politécnica, noticiou pelo jornal, que poderia aduzir água para os reservatórios da cidade, permanentemente, em 6 dias. A notícia chegou ao conhecimento de Pedro II, que ao receber confirmação do atrevido engenheiro, mandou que com ele, se fizesse, por garantia, draconiano contrato. Em 6 dias a população do Rio de Janeiro tinha água abundante. Ali nascia a Engenharia Nacional. Problema de engenharia, pela engenharia foi resolvido qu...
  ECOS DA GUERRA FRIA                 Quando, em 1989, Francis Fukuyama publicou seu artigo O fim da História? (The end of History?)   ninguém, nem provavelmente ele mesmo, acreditou no que dizia. A sentença forte era uma expressão de impacto para retratar o desenlace que se havia dado com o desmanche da União Soviética batida na guerra estratégica, econômica e ideológica, que travara, desde o final da 2ª Guerra, com os Estados Unidos. A hipótese foi entendida como um apelo para chamar a atenção para o seu bem elaborado trabalho. Parar a História, dali em diante, seria eliminar da humanidade as guerras, fato pelo qual melhor se pode entender, escrever e até prever os caminhos do Homem neste planeta. A ideia de que o sistema da democracia liberal capitalista é o suprassumo da evolução sociocultural humana não cabia em cérebros com bom senso. A prevalência dos vencedores, inferia-se, era tão evident...

A AMA DF VAI PRO OLHO DA RUA

Imagem
A ASSOCIAÇÂO DOS AMIGOS DOS AUTISTAS DO DISTRITO FEDERAL é uma ONG que presta apoio aos autistas severos e suas famílias há décadas, apoiando principalmente aquelas com recursos limitados. A mais nobre característica da civilização humana é o não descarte por abandono ou assassinato (piedoso) de seus membros com deficiências congênitas, adquiridas, velhice ou por causas quaisquer que os impeçam da manutenção própria ou de acompanhar o grupo tornando-os custosos para a comunidade. Mais que leis, códigos morais e prescrições religiosas, tem sido a conduta humana que desenvolveu, ao largo dos milênios, a empatia, o sentimento de sentir pelo outro, que garante o comportamento esperado do cidadão. A mais difícil tarefa do cronista é a escolha do tema para o texto periódico. Juntava, eu, os dados para esta semana comentar os desvios da educação superior no Brasil, em grande parte mercantilizada por oligopólios, a maioria, internacionais. Comparava esse triste modelo com o tão vilipendiad...