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Mostrando postagens de abril, 2020

PARA FAZER A COISA CERTA

Por Danilo Sili Borges Estou como a andorinha da fábula: levando a gota d’água no bico como contribuição para apagar o incêndio da floresta. A semana terminou agitada com a demissão do Ministro Moro e a reação do Presidente em pronunciamento à Nação. É difícil fazer análises factuais no calor das notícias que se sucedem nos meios de comunicação. No momento, as opiniões lastreiam-se mais nas preferências por um ou outro personagem. Nestas crônicas procuramos estar com os olhos abertos e não nos deixarmos arrastar para posições que não estejam lastreadas em fatos. Sobre a questão Moro, vou deixar a poeira baixar e comentar no próximo domingo. Para hoje, economia. A tônica do governo, até recentemente, tinha sido perseguir o equilíbrio das contas públicas por entender que esse parâmetro é o principal indicador de economia sadia. Por ele, os Estados Unidos não estariam incluídos no rol desses privilegiados. O risco de a economia governamental de qualquer nação colapsar represent

SAÚDE PÚBLICA, AQUI E ACOLÁ

Por Danilo Sili Borges O momento é oportuno para considerações sobre os sistemas públicos de saúde. Assisti, há poucos dias, o emocionado pronunciamento do ainda combalido Primeiro Ministro inglês Boris Johnson ao sair do hospital após ter sido acometido pela COVID-19. Marcante foram seus elogios ao NHS – National Health Services   – sistema público de saúde da Inglaterra existente desde 1948 e que sofre, dependendo da política dominante no país, ataques pelos custos que representa ao erário. Saúde, é verdade, à medida que se sofisticam os tratamentos pela modernização dos equipamentos e da farmacologia, torna-se cada vez mais cara. As despesas, na realidade, têm que ser enfrentadas social ou individualmente. Não há dúvida de que a forma atual compartilhada permite que os benefícios cheguem igualmente a todos. Disse, textualmente, a autoridade britânica, que teve sua vida salva pelo NHS e teceu elogios ao tratamento recebido, destacando os enfermeiros que o atenderam. Em Londre

EXPERIÊNCIA PRÉVIA

Por Danilo Sili Borges Ao contratar Jorge de Jesus, o sortudo e competente técnico que levou o Flamengo a sucessivos títulos em 2019, o clube poderia ter levado para comandar seus treinamentos, orientar seus craques durantes os jogos, inventar estratégias e estabelecer táticas durante as batalhas esportivas um cartola, ou um desses sábios comentaristas de futebol que sabem tudo e têm todas as soluções da cabine de transmissão ou após o término da partida. Não o fez por um motivo: conversa mole não ganha jogo. “Me mostre o que você já fez”. Mesmo estranhando o uso do pronome, o português Jesus apresentou o currículo. Aceito, veio para o Rio. Veio, viu e venceu. Ele sabia das coisas do futebol, simples assim! Em jornais de negócios, eventualmente, encontram-se anúncios do tipo: “Empresa de grande porte procura executivo com experiência em liderança de corporação que atue em âmbito internacional. Curriculum Vitae para este Jornal. Sigilo garantido”. Esses profissionais são, por

SEIOS DE SILICONE

Por Danilo Sili Borges Todos, num daqueles dias de agenda cheia, reuniões, problemas imbricados ao acordar pensávamos: “ainda viverei um dia em que vou levantar sem ter nenhum compromisso”. Até aos domingos, a segunda-feira aterrorizava. Agora é a nossa chance de não fazer nada e saber que amanhã e depois será a mesma coisa. E que a maioria está como nós.   Ensina a sabedoria dos avós lusitanos que “não há bela sem senão”. Estamos vivendo os piores dias que a história registra. A melhor contribuição contra o coronavírus, ensinam, é ficar em casa.   Os que creem, que reservem tempo para orações, os que não, talvez venham a seguir aquela observação que afirma que não há momento mais próprio à conversão de um ateu, que aquele em que ele se encontra numa aeronave em risco. A coragem hoje é a inação, oposta à natureza de lutar pela vida com que fomos providos. A linha de frente, o exército, são os médicos e os profissionais da saúde que enfrentam inimigo invisível com armas ainda i