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Mostrando postagens de agosto, 2022

ESTATAIS SÃO NECESSÁRIAS?

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  Começo a alinhavar esta crônica, quinta-feira, 25 de agosto, Dia do Soldado. Minha velha memória leva-me ao ano de 1961, quando à tarde, após as solenidades desta data, o então presidente da República, Jânio Quadros, das quais havia participado, envia ao Congresso Nacional seu pedido de renúncia do mais alto posto do país. Nestes 61 anos, as efetivas razões do ato extremo nunca foram esclarecidas. Teorias se construíram sobre fatos verificados à época: Jânio não tinha maioria no parlamento para aprovar seu programa de governo. Tal como hoje, congressistas buscavam o governo de “coalisão” (o termo não tinha sido inventado, os males, sim). O presidente se recusava a submissão e resistia com o apoio popular que obtivera nas eleições, que foi erodido pela ação da grande imprensa nacional (muitos são os mesmos grupos de hoje) que passaram a acusá-lo de esquerdista e até de comunista, usando como pretexto uma   condecoração a   Guevara, então Ministro de Cuba,   e de ter alinhado o Ita

O COMPROMISSO DEMOCRÁTICO

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  Lembro-me quando aos 19 anos, em 1960, pela primeira vez votei para presidente da república. Votei em Jânio, orgulhoso do cumprimento do meu dever de cidadão. Eu acreditava na democracia, que era o regime que eu conhecia: nascido em 1941, a primeira notícia que tive do mundo político foi o falecimento da Dona Carmela Dutra, Dona Santinha, esposa do Presidente Dutra, por ter seu sepultamento ocorrido no mesmo dia em que o de minha bisavó, e ter se dado no mesmo cemitério, o São João Baptista, no Rio de janeiro,1947. Eu vi. Da eleição-retorno de Getúlio em 1950, recordo-me do carnaval na Rua Visconde do Uruguay, em Niterói, da marchinha que falava do “sorriso do velhinho” e do retrato que deveria ser colocado no mesmo lugar, com referência ao que ocorrera em 1946, quando o retrato de Getúlio presidente, havia sido retirado das paredes dos milhares de repartições públicas de todo o país, onde haviam sido colocados, em um típico culto à personalidade dos ditadores. Naquele carnaval d

O CORAÇÃO DO NOSSO PAI

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  O Dia dos Pais é uma das datas mais festejadas do ano, só perdendo para o Natal e para o Dia das Mães. Neste ano, em que a 7 de Setembro comemoraremos o bicentenário da Independência,   cabe refletir sobre o nosso Pai, D. Pedro I, a figura histórica que formalmente concebeu o desligamento político do Brasil da metrópole portuguesa, cujo vínculo naquela altura durava 322 anos, ao proclamar e assinar o ato em que comunicava à corte portuguesa e ao mundo o desfazimento do vínculo da dependência que nos unia. Era um ato de coragem política e pessoal, que teria, como teve, consequências, mas já aguardado. Do meu ponto de vista, não vejo, entre nós, ser dado a Pedro de Alcântara os créditos pelo seu ato, que o fez pôr em risco seu direito à coroa do milenar reino de Portugal e Algarve, como realmente ocorreu -   que talvez não pretendesse para si, mas que a sucessão se desse por seus filhos - ,   tendo que obrigá-lo, em 1831, a retornar à Europa, promover uma guerra contra seu irmão

MULHERES QUE ESTÃO CAUSANDO

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  Nesta semana, foram as mulheres que tomaram o primeiro plano da cena da política nacional e internacional. Nancy Pelosi, a Presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a Câmara dos Deputados de lá, resolveu fazer um périplo pelo Pacífico deixando em suas pegadas forças militares chinesas em demonstração de força até então nunca vistas. Thomas Friedman, do New York Times, afirma que a visita a Taiwan desaconselhada por Biden foi “imprudente, perigosa e irresponsável. Nada de bom sairá disso”. O experimentado articulista em nenhum momento levanta hipóteses sobre o que teria motivado a decisão da Nancy. Outras opiniões surgidas na imprensa do país argumentam que as razões estariam ligadas ao posicionamento dos Democratas nas eleições de meio de mandato que se aproximam. Por aqui, onde lugar de mulher ainda é visto como entre o fogão e o tanque, a senadora Simone Tebet consolidou sua indicação como candidata a presidência da república pelo seu partido, o MBD, após vence