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Mostrando postagens de setembro, 2020

SANEAMENTO, AGORA VAI

 Por Danilo Sili Borges A infraestrutura, depois de 198 anos de independência, continua sendo o mais apertado gargalo do desenvolvimento nacional e paradoxalmente a porta de saída mais larga para nos livrarmos das nossas angústias sociais e econômicas. Os caminhos para a circulação da produção estão sendo desobstruídos pela ação do engenheiro Tarcísio de Freitas, Ministro da Infraestrutura, que tem tornado operacionais rodovias, portos, ferrovias setores nos quais as maiores dificuldades se deviam à excessiva carga de corrupção, acrescida da inépcia administrativa, provocada pelo preenchimento de cargos técnicos pelo toma-lá-dá-cá da política. O saneamento básico, água e esgotamento sanitário, é o maior problema social do Brasil, por estar na base dos demais. Sua não solução afeta a saúde, a mortalidade infantil, o trabalho, a produtividade da mão de obra, a renda familiar, o rendimento escolar e a dignidade do ser humano, impedindo o exercício pleno da cidadania. E, para coroar,

CARTÃO VERMELHO

P or Danilo Sili Borges Na última terça-feira, o presidente Bolsonaro mostrou cartão vermelho para a equipe econômica. Acertou em cheio na marcação, não foi nem necessário recorrer ao VAR. “Não vou retirar de pobre para dar ao paupérrimo”, declarou. Na hora de puxar do bolso, saiu o amarelo, o da advertência, o que sinaliza “da próxima vez é banho mais cedo...”. Uma simples reflexão mostra o quão frágil está a economia. Não há de onde deslocar recursos para atender questões sociais de interesse político do presidente. A exaustão do caixa é fácil de entender se levarmos em conta as altíssimas despesas com a pandemia, os passivos recebidos, em 2019, pelo governo e, principalmente, os equívocos da política econômica contracionista adotada desde então. O objetivo de equilibrar contas públicas a qualquer custo e rapidamente, a marretadas se preciso for, como meio de levar credibilidade ao governo e, portanto, ao país, tem falhado por razões fortuitas e por escorregões estratégicos. A

OS MALUCOS MONOCÓRDICOS

Por Danilo Sili Borges Os mais chatos são os que se repetem com insistência.   Sou apreciador de música, sem ser expert. Ouço clássica instrumental, certas árias de óperas, jazz que encheu de encantamento triste e de alegria doída minha juventude, com as improvisações metálicas dos negros geniais. Dedico horas ao nosso samba raiz, a bossa nova leve, linda e orgulho da cultura popular de um Brasil que se destacava do futebol à economia no tempo da Geração Brasília. E garimpo coisas boas até na música rural. Tive que mudar de endereço com prejuízos materiais, depois de estar ouvindo, por três meses, 12 horas seguidas, por dias e noites, a maravilhosa canção My Way, na interpretação de Frank Sinatra, tocada pela minha vizinha da casa geminada e sonoramente mal isolada da 713 da W3 Sul, sei eu lá por que motivo. Indiscutivelmente a música era da melhor qualidade, a moça simpática e até bonita. Nas poucas vezes em que trocamos algumas palavras não notei distúrbio visível. Cansei e mud

O PLANO GUEDES

  Por Danilo Sili Borges Após a redemocratização tivemos muitos planos econômicos. Vêm-me à memória mágicas promessas de eliminar a inflação com soluções heterodoxas tiradas das cartolas de economistas que assessoravam luminares da política que davam expediente no Palácio do Planalto. Não vou citá-los nominalmente, pois este cronista não se sente no direito de azedar o dia do leitor. A inflação era o bicho-papão, eliminando-a, felicidade jorraria a cântaros, bafejando de bem- estar a nacionalidade. Do Cruzado do Funaro, da Bala de Prata do Collor, até o FHC raptar o plano do Itamar para se eleger à presidência, passamos pelo Feijão com Arroz do Mailson. Tivemos de tudo: congelamento de preços, desabastecimento, rapina das poupanças. Cada economista que chegava ao Ministério, ora da Economia, ora da Fazenda – mudava o nome, mas o odor era o mesmo – trazia consigo a maletinha com bandaids de diversos tamanhos e cores para estancar o sangue que escorria da ferida aberta. E temos vivid