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Mostrando postagens de março, 2020

PANDEMIA E PANDEMÔNIO

Por Danilo Sili Borges A História mostra que a humanidade tem sofrido pandemias destruidoras ao longo dos séculos. Não é, portanto, de estranhar que esta nossa geração tenha que enfrentar este golpe inesperado, mas obviamente possível, como se sabia pelos antecedentes. O pandemônio, penso, é também ocorrência antiga entre os humanos. O perigo iminente, pela desorganização que o medo provoca, pode favorecê-lo. Os espertos de todos os tempos manipulam a turba nessa situação de fragilidade para atingir objetivo que não querem ou não podem declarar. Desta vez não está sendo diferente. Usar a pandemia para atingir objetivos políticos pessoais e egoístas é incompatível com o momento que estamos vivendo e provoca o pandemônio que é também doença, esta social grave de imprevisíveis consequências. A velocidade de espraiamento da calamidade, por um lado, torna-a mais grave que no passado, tendo em vista a mobilidade das pessoas no mundo atual, levando o vírus agressor a todos os canto

ANDAÇOS E SIMPATIAS

Por Danilo Sili Borges Hoje, mesmo sem vê-lo diretamente, sabemos a cara e o jeitão do inimigo: parece uma coroa de rainha, é muito pequeno, se reproduz com rapidez, pula de uma pessoa para outra com a habilidade de trapezista do Cirque du Soleiel e gosta de se alojar dentro das nossas células pulmonares. Há muito tempo, o mundo dos seres muito pequenos era desconhecido e as guerras que conosco travavam eram postas na conta de outros inimigos. Nas costas do demônio ia a maior parte. O nosso comportamento pecaminoso era responsável pela punição do próprio deus, insatisfeito por nossa ausência às práticas religiosas, às não contribuições pecuniárias, aos pecados, como cobiçar a mulher do vizinho (curiosamente, não há registro de comportamento pecaminoso quando mulheres cobiçavam o homem da vizinha. Seria isso permitido, ou elas nunca o cobiçavam?) O instrumento para o estabelecimento de armistícios com esse poder eram as orações, os sacrifícios, as oferendas, conduzidas pela

UM VÍRUS PARA REFLETIR

Por Danilo Sili Borges “Eu vi”, como se dizia antigamente, “com estes olhos que a terra um dia há de comer”, um presidente dos Estados Unidos enfrentar uma ameaça sem replicar com o poderio de seus mísseis, de suas bombas, de seus drones assassinos. Não que ele estivesse humilde e que raciocinasse em termos globais para uma ameaça global. Isso seria demais para ele. Em seu pronunciamento de quarta-feira, percebe-se que se pudesse o presidente isolaria seus cidadãos com os mesmos muros que procura isolá-los dos cucarachos do sul do continente. Crítico em relação à China e à Europa não deu indicações de pretender colaborar com o combate integrado e solidário compatível com o poder que lidera. A pandemia grassando abre as portas para um sem número de reflexões. Vou seguir pela linha do universo do muito pequeno, onde vive o corona vírus, que hoje se faz presente, com força, nas preocupações cotidianas dos humanos.   Nossa desenvolvida ciência, pelo que percebo como leigo, conhe

DISSONÂNCIAS

DISSONÂNCIAS Trocaram, no Zoológico de Brasília, os animais de viveiros e jaulas. O rinoceronte está no lugar dos macacos. As araras de peito amarelo estão contidas no espaço dos leões, as hienas, nas árvores, riem às gargalhadas de mim e de você, os bobos na casca do ovo do elefante. Nonsense total! O Presidente tem entendimentos respeitosos e cordiais com a oposição e com a imprensa e não há ameaças de movimento de rua, fiquei sabendo. A Justiça julga com isenção, o Parlamento legisla para o bem do país e da população. – Aqui?! Não, no Uruguai, onde o Presidente assumiu no último domingo, após eleição disputadíssima, mas sem atentados à vida, sem xingamentos e ameaças. Paisinho civilizado aquele. Parlamentarismo branco, ou amarelo de desgosto, ou vermelho de vergonha, é melhor que presidencialismo de coalização? Na dúvida, faça como o Maia, pergunte ao Embaixador da Espanha. Acorda Brasil! Ouço de autoridades que “a democracia está consolidada entre nós, forte, apesar de

A PAUTA ANUNCIADA

Por Danilo Sili Borges Pra valer, pra valer mesmo, como todo mundo sabe, o ano só começa depois do Carnaval. Assistimos, até aqui, a preliminar. O aquecimento, com e sem bola, até deu origem a tapas e caneladas. As pautas nacional e internacional prometem situações de grandes preocupações e outras de histrionismo explícito, com contribuições das eleições municipais, da disputa presidencial americana e de ações pontuais do Vaticano. Nos esportes, especificamente no futebol, como brasileiros, aguardamos ansiosos “a volta por cima” do Neymar, que há muito tempo tem protagonizado, dentro e fora dos gramados, infinitamente menos do que esperávamos do, nosso outrora, craque prodígio. Agora, com 28 anos completos, Neymar, ou emerge para a glória, ou vai sumir numa mediocridade imerecida. Os restantes 5/6 do ano, na política, vão ser para corações fortes. Lutas MMA vão parecer brigas no maternal. Na rinha da Praça é vale tudo, de dedo nos olhos a chute nas partes comercializáveis do