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Mostrando postagens de dezembro, 2021

EM 2022, ELEIÇÕES E O 2º CENTENÁRIO

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  “O Brasil não tem jeito”. Tenho ouvido cada vez com maior frequência essa desanimada e desanimadora afirmação, emitida por gente que já viveu fases melhores e por jovens a quem parece que o futuro não lhes pertence. Ao completar o primeiro centenário da independência – o país esteve 67 anos sob monarquia constitucional e 33 em regime republicano –, o país via-se então aos 100 anos fora do jugo da metrópole portuguesa. Pelos registros históricos e pelos depoimentos de meu pai, tios e avós fiquei sabendo da grandiosidade daquela efeméride. Revoltas e guerras, crises políticas, mudança de regime nada tirou a confiança no porvir. Penso que o epíteto “Brasil, país do futuro” tenha sido cunhado, como título do livro de autoria do escritor austríaco, de origem judaica, Stefan Zweig, somente em 1942. Em 7 de setembro próximo, se completará o segundo século do Brasil independente. A proximidade das eleições talvez não propicie o melhor clima para os festejos. A clivagem a que a sociedad

PRIMEIRO E ÚNICO

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  “Muito Prazer, m eu nome é  Ronald Reagan, Presidente dos Estados Unidos , mas você não precisa se apresentar porque todo mundo sabe quem é o  Pelé . " A brincadeira com que o atleta foi recebido na Casa Branca, olhada com cuidado, e alguns jornais fizeram esse exercício, mostrou que a popularidade do brasileiro suplantava a do homem mais poderoso do planeta. Meninos chutando uma bola, ainda que de trapos, numa favela de um país africano ou num gueto de qualquer cidade reconheciam de imediato a imagem empática do jovem jogador. Em todos os idiomas era fácil pronunciar seu nome: Pelé. As crianças sonhavam em ser como ele. Esta é a crônica para o Natal, a penúltima do sofrido ano de 2021. Encontrar tema e tom para a época é sempre o desafio ao cronista. Sobre o quê refletir nesta quadra de perdas de vidas, de preocupações e cuidados e, ao mesmo tempo, estimular a esperança, sem a qual viver não tem sentido. Fugir das pieguices, não entrar nos chavões dos jingle bells . Busq

DIA DO ENGENHEIRO

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Edito, desde setembro de 2010, o Blog Conversa de Engenheiro (conversadeengenheiro.blogspot.com), cuja ideia-força que aparece em sua abertura é “O DESENVOLVIMENTO DE UM PAÍS É DO EXATO TAMANHO DA SUA ENGENHARIA”. No decorrer destes 11 anos, já escrevi algumas vezes sobre o dia em que se relembra aquele 11 de dezembro de 1933 no qual o Presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto 23.569 regulamentando as profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor. Para falar a verdade, eu usei o tema anteriormente outras vezes quando, durante o período entre 1982 e 1987, como presidente do CREA-DF, em coluna semanal que o Conselho mantinha no Correio Braziliense, eu me dirigia aos colegas na seção denominada Recado do Presidente. O tema é obviamente recorrente. Neste ano a oportunidade para reflexões sobre as decisões que devemos tomar para que o Brasil possa reencontrar o caminho do seu desenvolvimento passa necessariamente por discutir educação, desenvolvimento científico, tecnologia e inova

CREDIBILIDADE É QUASE TUDO

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  Premido pela incoerência entre discurso e ações, um presidente da república, pediu que esquecêssemos tudo o que ele tinha escrito na sua longa vida acadêmica. Ainda no governo, justificando atos lastreados em maus princípios de conduta moral, em certa altura ele declarou: “O governo é aético”. Ao se despedir de seu segundo mandato, sua aceitação popular era baixíssima e o partido do qual ele é um dos líderes nunca mais retornou à Presidência e hoje passa por crise de identidade que ameaça sua sobrevivência entre as grandes siglas. “Credibilidade é o que faz com que alguém (ou alguma coisa) mereça ser acreditado”, ensina um bom dicionário. Atribuído a Abraham Lincoln, o conceito abaixo anda meio esquecido dos nossos meios políticos, jurídicos e da própria mídia, provavelmente por acreditarem que no mundo da comunicação instantânea seja possível contorná-lo: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos t