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Mostrando postagens de agosto, 2021

CONTRATOS SÓ POR ESCRITO

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  Certamente todos os meus leitores têm vínculos com prestadoras de serviços de celular, internet, TV paga com duas ou três grandes empresas que atendem o grande mercado brasileiro. Oligopólio cujos componentes se entendem, maximizam seus lucros e perdem eficiência nos seus procedimentos. Isso está nos almanaques básicos de economia para leigos.   Consumidores são bem tratados somente no período do assédio para que contratem serviços ou migrem de uma para outra, depois é aceitar serviços de qualidade, na melhor das hipóteses, sofríveis. Daí em diante, toda conversa para o que você precise resolver é com uma sucessão de teclagens em números sucessivos a partir das quais os computadores procuram adivinhar seu problema.   Se você passar pelo crivo, um funcionário, vencido pela sua persistência, tenta se desvencilhar de você dando-lhe um outro 0800,   no qual o seu problema, segundo ele, poderá ser especificamente encaminhado. Por norma, já desisti de trocar de operadora, elas são ab

O TALIBAN PERDEU A GUERRA

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Só ganha a guerra quem abraça a paz. O permanente estado de ocupação estrangeira a que tem estado sujeito o Afeganistão e a luta entre suas facções internas indicam uma situação distante da estabilidade política e militar. Esse é um aspecto geopolítico que transcende o escopo da crônica e o conhecimento do cronista. Há uma guerra que a espécie humana vem travando há milênios contra si mesma, que está gloriosamente vencendo nos últimos tempos. Nesta, os arrojados, mas primitivos guerreiros talibãs, lutam contra aqueles a quem se deveriam aliar.   Restabelecer a “rota da seda” com a China, ou ter bons acordos com a populosa e problemática Índia, ou conviver com a Rússia, a maior das potências de 2ª categoria, não é o que vai serenar os mujahidin . O que os vizinhos pretendem é conter os talibãs no Afeganistão, evitando que eles exportem o próprio mau humor para as populações islâmicas de seus países. Inadvertidamente caracterizei o comportamento dos partidários talibãs como de “mau

NO TEMPO DOS MARECHAIS

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  O estudo sistemático da História não é uma ocupação de aficionados pelo passado, por mero diletantismo de desocupados professores das universidades por não terem encontrado algo mais útil para fazer. O presente assenta-se no tempo vivido e tanto melhor quanto este é mais bem compreendido e suas lições apreendidas para uso posterior, tal qual vacina, como profilaxia contra males doloridos ou insanáveis. A crendice popular que encerra sabedoria também conduz a falsas conclusões. Vejamos. “Raios não caem duas vezes no mesmo lugar” ou “A História nunca se repete”. Claro que ambos os acontecimentos têm baixa probabilidade de ocorrência dentro exatamente das mesmas condições de contexto. Foi com o estudo científico das atividades elétricas da atmosfera que os raios, que ceifam vidas e produzem danos ao patrimônio, foram entendidos e os males que provocam minimizados. Estão aí os para-raios para comprovar. A História, se devidamente refletida, pode ser o para-raios que evita a repetição

BRASIL, PARABÉNS PRA VOCÊ

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  Daqui a exatamente um ano e um mês, nosso país completará 200 anos como nação soberana, após 300 como colônia portuguesa. A relevância mostra-se não apenas pelas comemorações que certamente estão sendo preparadas, mas pelo balanço histórico e “contábil” que essa oportunidade propicia para que possamos medir onde estávamos em 7 de setembro de 1822 e aonde chegaremos em 7 de setembro de 2022. Dessas reflexões deverão surgir o autoconhecimento nacional que permitirá esboçar as grandes linhas por onde deverá seguir a nossa sociedade em um mundo cada vez mais rápido e disposto ao desenvolvimento científico e tecnológico. Todos os leitores destas Crônicas da Madrugada têm caminhado ao longo deste século (1922-2022), uns a mais, outros a menos tempo, por suas veredas e autoestradas e visto muitas coisas, boas e más. A pandemia e mormente o conflituoso clima político-institucional farão com que as comemorações do Bicentenário tenham o sabor de cerveja choca. Será um triste fim de século e

HOJE, O CRONISTA É VOCÊ

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  Esta semana passei a bola para você, meu caro leitor, a crônica é sua. Ao ver o governo do país entregue ao Centrão, a CPI de volta com o Renan, ser a grande questão nacional saber quem bateu na Joyce, pedi um tempo. Queimaram a estátua do Borba Gato, copiando protestos americanos, mostrando que não temos originalidade nem para protestar, bateu-me profunda frustração, mas até aí ainda resistiria. Caí mesmo no buraco quando vi o general Luiz Eduardo Ramos declarar que havia sido destituído do gabinete Civil “como se tivesse sido atropelado por um trem”.   O velho militar foi promovido para baixo, o presidente lhe deu, pela imprensa, nota 9, justificando seu rebaixamento – na régua do presidente, nota 10   deve ser para o senador Ciro Nogueira. Lembrei-me   que ele é o general que deixou o Comando Militar do Sudeste para servir ao governo (antes ele servia ao Estado Brasileiro) e passou à reserva precocemente.   Num episódio mal explicado, foi chamado de “maria fofoca” pelo hoje