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Mostrando postagens de novembro, 2020

O DIA DO ENGENHEIRO ELETRICISTA

  Por Danilo Sili Borges O Dia do Engenheiro Eletricista comemora-se a 23 de novembro. Não tenho notícia de que haja outra profissão, cujo dia que lhe seja dedicado tenha origem na data da inauguração da sua primeira escola no país e que a cerimônia de sua inauguração tenha sido interrompida pelo presidente da República. Pensar em criar o primeiro curso de engenharia eletrotécnica do país no início do século XX numa cidade campesina que hoje, 2020, conta com 100 mil habitantes, distante centenas de quilômetros dos principais centros industriais, não parecia uma boa ideia. Pois foi exatamente o que fez o advogado, Dr. Theodomiro Carneiro Santiago, em Itajubá, sua cidade natal. Ele tinha vínculos familiares com o Vice-presidente da República, Wenceslau Brás, com quem tinha trabalhado, quando este fora Presidente do Estado de Minas. Rico, idealista, Theodomiro sabia que a eletricidade estaria na base do desenvolvimento e que para isso era necessário preparar mão de obra – engenhei

BRASIL X URUGUAI

  Por Danilo Sili Borges Não sou, hoje, desses aficionados por futebol. Gosto do esporte como todos os brasileiros e o sonho de ser um grande craque, na época em que as estrelas ganhavam mais glórias que riquezas, dividi com os garotos da minha geração. Atualmente, com mais razões, o desejo continua vivo nos jovenzinhos. Naquele início dos anos 50, vestir a camisa do Vasco, o time que estava fornecendo a base e o técnico para a seleção brasileira, era o meu sonho aos 9 anos. Acho que hoje a camisa desejada é a do Barcelona. Sou torcedor esporádico, comodista, prefiro o conforto da zaga TV e poltrona e faço poucas incursões pelas laterais para ir aos estádios. Vejo as decisões dos campeonatos e bons jogos aqui no Brasil e na Europa, busco na realidade o espetáculo de excelência. Não deixo de ver Brasil e Argentina, por exemplo, confrontos que no passado marcaram a fogo minha carne, sempre disputas catimbadas , com brigas, polícia em campo, sangue nos supercílios, num box não autoriz

DE RABO DE LEÃO A FOCINHO DE PORCO

  Por Danilo Sili Borges Há poucos dias, nos assustamos quando o presidente Bolsonaro, bem ao seu estilo espontâneo, impensado, dizendo o que lhe vem à mente, aborrecido com a derrota de Donald Trump nas eleições americanas e pressionado pelas declarações feitas por Biden de estar disposto a mobilizar a comunidade internacional de países a tomarem medidas concretas contra o desmatamento e as queimadas na Amazônia, reagiu com dureza. Claramente, entende-se o desconforto do presidente, pois a questão envolve a soberania do Brasil sobre parte do seu território. Reduzido o problema a um exemplo comezinho, é como se sua vizinhança, incomodada com o som muito alto que toca em sua casa, pretendesse invadi-la para obrigá-lo a reduzir a zoada. A situação muda de figura se no seu apartamento, você resolvesse fazer um depósito de dinamite ou mesmo de fogos de artifícios, em grande quantidade, pondo em risco todo o condomínio, condição que justificaria aos outros condôminos apelarem à Defesa C

OS AMIGOS DO REI

  Por Danilo Sili Borges Manuel Bandeira, ainda em 1930, publicou “Vou-me embora pra Pasárgada”, descrevendo as vantagens de ser amigo do rei. Séculos antes, Maquiavel havia aconselhado o Príncipe a que tirasse da sua agenda o nome dos que os tinham ajudado a chegar ao poder. Pois estes se julgavam, no entendimento do veneziano, com direitos a passagens e diárias a pasárgada. Por quais motivos se alinhem, defenestrar escadas ao poder foi lição bem aprendida no Planalto, que fale o caso bebiano, entre outros. Nos estados modernos os reis têm data de validade. Enquanto esboço este texto, o país mais rico e poderoso do mundo está decidindo se mantem Trump com a coroa por mais 4 anos, ou se o manto de arminho e fios de ouro passa aos ombros do velho e calejado Biden. Centenário exemplo de democracia, o presidente dos Estados Unidos é escolhido em eleições livres pelo povo. Nada mais de Rei Sol, absoluto e senhor da Vida e da Morte dos seus súditos. No presente pleito lamenta-se a p

BILAC E A TELEVISÃO

  Por Danilo Sili Borges   Recebi, “Senhor Engenheiro Danilo Borges, Excelentes suas "Crônicas da Madrugada". A de hoje, é perfeita, onde conclui-se que: as videoconferências vieram para ficar. Aproveitando o ensejo, envio anexo a "Chronica" do Olavo Bilac, onde por volta de 1900, talvez sob à luz de uma "pomboca", êle descreveu como seria a televisão que temos hoje. Quem sabe, um gancho para uma próxima Crônica sua. . . Saudações e saúde! Miguel José Teixeira” A mensagem acima se referia à crônica, ”Lives e Videoconferências” e me pareceu uma grande oportunidade para ressaltar a importância da crônica, não apenas como gênero literário, mas como documento histórico. Diferentemente de contos, ensaios e romances, muito mais elaborados, que são produzidos após reflexões prolongadas, cotejamentos de acontecimentos, e recebendo o entrelaçamento, por vezes, de tramas produzidas pela criatividade do gênio literário, que se vão encaixando na moldura