DIA DAS MÃES
Neste texto, nas vezes em que nos referirmos a FILHOS,
entendam filhos homens e filhas mulheres, como sempre se usou em nossa língua.
A obrigação de a todo o tempo ficar destacando “filhos e filhas” quebra o ritmo
da leitura ou do discurso, gerando um péssimo estilo.
MÃE
Os humanos desde sempre tiveram mães, mas demoraram muito a
terem pais.
Afirmam antropólogos que durante milênios, nos primórdios da
espécie, nossos ancestrais desconheciam a paternidade. Isto é, não associavam o
intercurso sexual à concepção e, portanto, ao surgimento de uma nova criatura,
aproximadamente 270 dias depois, três períodos sazonais decorridos, por
exemplo, outono, inverno e primavera, tempo demais naquela escala de vida tão
urgente e com poucos marcadores temporais. Acrescente-se a isso que os ciclos
biológicos férteis da mulher não permitiam facilmente a inferência de causa e
efeito.
Não havia obrigações, nem casais exclusivos pelo que se deduz
das leituras. “Narizinho igual ao do fulano, dedinho do pé também, o jeitinho
de falar e de olhar, então....” e em algum momento mulher e homem perceberam a
responsabilidade comum pelo evento vivo que tinham criado e a necessidade de
provê-lo e protegê-lo. A família é a expressão desse amor que se expandiu. A
prole, o traço de união entre homem e mulher.
O amor da fêmea pela cria é primordial. Quem teve
experiência rural já vivenciou a angústia de uma vaca, ainda em fase de
aleitamento, se dela afastam sua cria. É lancinante vê-la por dias e noites
pelos pastos com seu mugido desesperado a procura do filho.
O amor maternal, o amor da mãe pelos filhos é provido juntamente
com a vida pela própria Natureza. O do pai é adquirido, é cultural. Ambos são
essenciais à criatura, mas o primeiro é divino.
A ligação entre filho e mãe, que durante um tempo foi
física, feita por um cordão que levava alimento e humores dela para o filho, permanecerá
simbólica e efetiva enquanto um dos dois existir.
Estas considerações vêm por conta do Dia das Mães que se
comemora no próximo domingo.
Este ano, com a crise da saúde que nos afeta, muitos de nós
não poderemos estar com nossas mães ou com nossos filhos, devido às restrições
a viagens e a encontros.
Se o momento, por um lado, é difícil, por outro, ele conduz
à reflexão e à valorização das lembranças das vezes que passamos juntos essa
festividade no seio da família.
Para encerrar. Em todos e em cada um dos dias do ano
comemoram-se os mais diversos fatos: Dia do Carteiro, Dia do Advogado, Dia do
Médico, Dia do Gari, do Engenheiro, do Arquiteto, da Avó, do Avô e vai por aí.
Será o Dia das Mães, simplesmente, uma entre as tantas
comemorações? Ou será sua importância devido ao grande movimento que provoca
nos shoppings? Talvez a resposta esteja na oportunidade do congraçamento
familiar, lauto almoço, garotada correndo, discussões sobre política e futebol.
Família reunida, afinal.
Atavicamente sabemos que a mãe, qualquer mãe, não apenas a
dos humanos, é a perpetuação da Vida e do Amor.
Entre nós, saudamos a família que se formou em torno dela,
base da sociedade humana, cujos vínculos foram estabelecidos no alvorecer da
espécie, e que em tempos recentes sofre atentados pelos que tentam implantar
formas exóticas de relacionamento social, político e econômico.
A figura da Mãe é, além de criadora da sociedade humana, o
esteio para sua manutenção nos moldes em que sempre existiu.
Por tudo isso, Salve o Dia das Mães!
Rotary Club de Brasília Lago Sul. Comissão da Família. Maio
– 2020
Texto lido na reunião virtual do clube realizada em 8 de maio pelo companheiro Mário Sérgio Cardoso.
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