LIVES E VIDEOCONFERÊNCIAS

 

Por Danilo Sili Borges

As ferramentas estavam disponíveis para reuniões e palestras virtuais, mas tinham utilização discreta. Instituições de ensino ofereciam cursos a distância e o MEC tinha regulamentado o funcionamento dessa modalidade de ensino.

Os menos afeitos a esses avanços achavam que isso estava ainda no terreno experimental, apesar de conhecerem alguém que eventualmente faz trabalho em casa pelo computador. Entendiam – principalmente os já aposentados, acostumados ao relógio de ponto e às rígidas rotinas – que a novidade era um privilégio, quase um prêmio, que teria voo curto, e pensavam consigo, ou no máximo cochichavam com a mulher “é por isso que o mundo está desse jeito”.

“A dificuldade é que faz o sapo pular”. A pandemia que nos impôs o isolamento social tem apressado adaptações de rotinas e a utilização de tudo que seja possível para que continuemos a dar respostas às solicitações que nos chegam. A Tecnologia da Informação nos vai provendo de meios de comunicação que permitem reuniões com grande número de participantes, independentemente da distância em que estejam uns dos outros. Isso virou nos últimos meses uma sadia febre.

É a rápida adaptabilidade às modificações ambientais que tem permitido ao fisicamente frágil homo sapiens sua presença e extraordinária evolução nos mais inóspitos ambientes do planeta. Com o novo normal não será diferente. As demais espécies devem sua adaptação ambiental, em geral, a lentas modificações biológicas.

Não há semana em que eu não esteja presente a pelo menos 3 ou 4 lives com palestrantes e debatedores especializados. Ao final são abertas possibilidades de questionamentos pelos que estão assistindo.

Tais eventos já se promoviam anteriormente, mas o número de participantes era muito menor, quando presenciais. O nível de informação da sociedade tende a se ampliar enormemente, basta um celular para que se tenha acesso a reuniões sobre temas de interesse. Há ainda a vantagem das gravações permitirem acesso posterior.

Esses encontros virtuais são muito objetivos. O que as reuniões virtuais limitam é a efusividade entre os participantes tão ao gosto dos brasileiros. Transformamos até mesmo encontros de negócios em ocasiões de amabilidades, abraços e cortesias, fazendo-as, logo, perderem o foco, até com a troca de receitas para o almoço de domingo. Em reuniões de colegas de trabalho, quando presenciais, é quase impossível tolher conversas em paralelo, o que, felizmente, é quase impossível ocorrer em ambientes virtuais.

Para exemplificar, vou relatar sucintamente os 4 encontros de que participei esta semana, sem nenhum prejuízo para minhas outras atividades.

Sou associado do Rotary Club de Brasília Lago Sul, que recebeu o Dr. Júlio Romário para dar palestra sob o tema, Ações Afirmativas como Ferramentas de Igualdade Racial. Os debates seguiram de tal maneira que se alongaram até meia-noite, quando a previsão era terminar às 22 horas. Ressalto esse aspecto para mostrar que os eventos virtuais nada perdem em participação e entusiasmo.

Sempre que posso participo das reuniões do GT Academia & Mercado, iniciativa do Sinduscon-DF. Trata-se de buscar a integração entre o que está ocorrendo nas escolas de engenharia e nos canteiros de obras, em benefício de todos os participantes e principalmente dos futuros profissionais, que ao colocarem cedo o capacete protetor e sujarem as botas de barro, veem na prática o que os mestres lhes ensinam. Entregue a condução ao experiente engenheiro e professor Walter Segond Vasconcelos o projeto está caminhando com grande aceitação das entidades de ensino e das empresas. Estudantes já são vistos nas obras com orientação de professores e de profissionais tocadores de obras.

Participei de reunião que discutiu propostas para a Nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental, no Ciclo de Debates, Organizado pelo CBIC/Sinduscons. Evento que contou com especialistas da área, advogados, e parlamentares dos estados da Região Centro-Oeste. A legislação atual tem sido entrave aos empreendimentos sem, no entanto, trazer maior segurança ao meio ambiente.

Andou bem o CREA-DF ao organizar apresentação do Presidente da Valec, Eng. André Kuhn, sobre o que a estatal está realizando na importante área ferroviária e nos seus planos em gestação. Palestra clara e jogo franco e aberto de engenheiro para engenheiros.

 

O Conselho pretende continuar a promover encontros virtuais sobre temas de interesse locais e nacionais. Importante lacuna que está sendo preenchida.

 

Escolha seus assuntos e atualize-se.

 

Crônicas da Madrugada. Danilo Sili Borges. Brasilia – Out. 2020

danilosiliborges@gmail.com

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